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segunda-feira, outubro 16, 2006

Gabriela Azevedo
(...) O viajante percorre um caminho longo ou curto. A história do viajante é menos a viagem e mais o que ele relata da sua viagem, o viajante requer um conto, uma narrativa, um manuscrito, uma crônica, uma memória ou um tratado. Ele pode ser um flâneur nas ruas do Rio de Janeiro, ele pode ser um metropolitano na colônia brasileira, ele pode ser um grego se perdendo nos mares, ele pode ser um cavaleiro em busca de honra e aventuras em florestas inóspitas ou pode ir passear sozinho na Antártida. Mas ele nada será se não houver quem saiba por onde andou e o que viu. Assim, ele pode ser João do Rio, Odisseu, Gabriel Soares de Sousa, Ivain, o cavaleiro do leão ou Amir Klink, desde que ele se lembre de relatar o que viu, o que pensou que viu ou o que quer que pensem que viu. A partir da compreensão da essência, sem perder a contextualização das distâncias (...) O olhar do viajante - cronista é o que vê as miudezas, relata as impressões e contradições. Não é à toa que João do Rio é o cronista do Rio de Janeiro...

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