Cláudia Efe
Concha no ouvido
Camada lenta
Cascas de cebola
O pensamento
como
uma trilha aérea
Pinguelas e outras travessias
Gemidos de águas e canções delas
Lembranças do vento
Som sobre som
E nada se fala
E tudo é a grande orquestra
não importa
Horas de céu e inferno
Encobrem qualquer intenção do sentido
O homem agora é uma varanda
Uma rede que balança
Uma casa povoada
Uma mulher nua
É o agora
Abarrotado de antes e depois
levita
Chega a ficar rouco
De tanto riso, de tanto rumo
Nem cai lágrima
Descobriu-se de possível
De alentos e outras gratidões
perdeu a gravidade
É nave entre as nuvens
Está entre seus próprios dedos
Navega com suas próprias narinas
E boca
E explode
Num big bang
De particularidades
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