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quarta-feira, fevereiro 06, 2008



Cláudia Efe


Concha no ouvido

Camada lenta

Cascas de cebola

O pensamento

como

uma trilha aérea

Pinguelas e outras travessias

Gemidos de águas e canções delas

Lembranças do vento

Som sobre som

E nada se fala

E tudo é a grande orquestra

não importa

Horas de céu e inferno

Encobrem qualquer intenção do sentido

O homem agora é uma varanda

Uma rede que balança

Uma casa povoada

Uma mulher nua

É o agora

Abarrotado de antes e depois

levita

Chega a ficar rouco

De tanto riso, de tanto rumo

Nem cai lágrima

Descobriu-se de possível

De alentos e outras gratidões

perdeu a gravidade

É nave entre as nuvens

Está entre seus próprios dedos

Navega com suas próprias narinas

E boca

E explode

Num big bang

De particularidades

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