Fotos:
Cláudia Ferrari
Em sentido horário
Foto 1 - Bruno Garcia, André Mendes,
Valdir Ribeiro e Pedro Castro
Foto 2 - André Mendes
Foto 3 - Pedro Castro
Foto 4 - Valdir Ribeiro
Foto 5 - Bruno Garcia
Grupo de Santa Teresa anima as noites
no centro do Rio
Por Cláudia Ferrari
Colaborou: Nelma Gomes
Eles cantam e tocam Noel Rosa, Lamartine Babo, Geraldo Pereira, Adoniran Barbosa, Assis Valente e Nelson Cavaquinho, entre outras iguarias da MPB. E compositores do bairro de Santa Teresa, como Robertinho dos Anjos, Regina Rocha e Tio Doca, desconhecidos pelo grande público, quase inéditos, mas muito populares nas rodas de samba e choro do Rio de Janeiro. Eles são o Panela di barro, grupo de samba e choro que promete contemplar os paladares dos amantes da boa música brasileira.
O convívio diário de um grupo de amigos músicos no boêmio bairro de Santa Teresa, o bate-papo por suas ladeiras, praças e vielas; o violão no final das noites pelos bares, principalmente, no saudoso “bar da Deusa”, que contava com a presença constante de Tio Doca, Tia Zilda, Regina Rocha, Luizinho Sete Cordas, Robertinho dos Anjos e outros músicos ilustres. Em comum, a amizade, a camaradagem e o amor pela música. Não deu outra: em 2002, nasceu o grupo que, tempos depois, batizado pelo artista plástico João Martins, viria a ser o Panela di barro.
Na atual formação, eles são quatro: André Mendes (violão de sete cordas e voz), Bruno Garcia (cavaquinho e voz), Valdir Ribeiro (surdo e voz) e Pedro Castro (pandeiro e voz). As idades variam entre 23 e 55 anos, prova de que a música não só é cúmplice do tempo, mas também agrega a diversidade das gerações.
O trabalho fundamenta-se na pesquisa das obras dos compositores Ari Barroso, Assis Valente, Geraldo Pereira, Noel Rosa, Cartola e Nelson Cavaquinho, para citar alguns. Essa é a base do repertório do Panela, samba e choro das décadas de 1930, 1940 e 1950, principalmente. Mas no repertório não faltam nomes do quilate de Martinho da Vila, João Nogueira e Roberto Ribeiro. Eles também fazem questão de apresentar compositores quase inéditos, não por acaso, moradores de Santa Teresa. “Esses músicos são nossas referências musicais: Robertinho, Regina, Tio Doca, Luizinho, sempre estimularam a criação do nosso grupo”, revela o violonista André Mendes.
O Panela já contabiliza cinco anos de existência, inúmeras apresentações no Rio de Janeiro e em outras cidades mas, a curto prazo, não há perspectivas para a gravação do primeiro CD. “Os shows são a única fonte de renda de todos os componentes do grupo. Estamos tocando bastante, em vários lugares, mas produzir um CD independente envolve um custo muito alto, esse projeto ainda está distante na nossa pauta”, constatam.
Com uma tímida e esporádica aparição na mídia, as principais ferramentas de divulgação do trabalho do grupo são, segundo seus componentes, o chamado “boca a boca” e a internet. Mas a agenda de shows está lotada: congressos, festas de empresas, aniversários e outros eventos fechados. Atualmente, cumprem temporada, ao lado do compositor Bira da Vila, no Bar CBF - Avenida do Chopp, na tradicional Praça Tiradentes e mensalmente, ocupam o Largo do Curvelo, em Santa Teresa.
ONDE CURTIR
Roda de Samba com Panela di Barro e Bira da Vila,
participação especial Mingo (voz e percussão)
Bar CBF - Avenida do Chopp
Todas as quartas-feiras, a partir das 20h
Praça Tiradentes, 83 (ao lado da Gafieira Estudantina)
Couvert Artístico: R$ 10,00
Informações e Reservas: 2232 3215
Roda de Samba e Choro
Largo do Curvelo, Santa Teresa
Todo primeiro domingo do mês, das 18h às 22h (se São Pedro ajudar)
Entrada franca
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