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quarta-feira, fevereiro 07, 2007

SIMPLICIDADE

foto: arquivo google s/referência autor
Jorge L. Borges

Abre-se a grade no jardim
com a docilidade da página
que a devoção freqüente interroga
e lá dentro o olhar
não precisa se fixar nos objetos,
que já estão firmemente na memória.
Conheço os costumes e conheço as almas
e esse dialeto de alusões
que todo grupo humano vai urdindo.
Não preciso falar
nem fingir privilégios;
os que me rodeiam me conhecem bem,
e as minhas mágoas e fragilidades.
Isto, sim, é chegar ao ponto mais alto,
o que talvez nos traga o Céu:
não as admirações ou as vitórias,
mas simplesmente sermos recebidos
como parte de uma Realidade inegável
como as pedras e as árvores.

(O poema de JORGE é um presente de JANAíNA MESQUITA)

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