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domingo, março 11, 2007

Não te rendas jamais

Eduardo Alves da Costa

Procura acrescentar um côvado à tua altura.
Que o mundo está à míngua de valores
e um homem de estatura justifica a existência
de um milhão de pigmeus a navegar na rota previsível
entre a impostura e a mesquinhez dos filisteus.
Ergue-te desse oceano que dócil se derrama sobre a areia
e busca as profundezas, o tumulto do sangue a irromper na veia
contra os diques do cinismo e os rochedos de torpezas
que as nações antepõem a seus rebeldes.
Não te rendas jamais, nunca te entregues,
foge das redes, expande teu destino.
E caso fiques tão só que nem mesmo um cão venha te lamber a mão,
atira-te contra as escarpas de tua angústia e explode em grito, em raiva, em pranto.
Porque desse teu gesto há de nascer o Espanto.

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