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domingo, dezembro 30, 2012

PARA TODOS NÓS, UM FELIZ ANO NOVO!

TEOREMA DA INCOMPLETUDE 
(Manoel de Barros)




A maior riqueza do homem
é a sua incompletude.
Nesse ponto sou abastado.
Palavras que me aceitam como sou - eu não aceito.

Não agüento ser apenas um sujeito que abre portas,
que puxa válvulas, que olha o relógio,
que compra pão às 6 horas da tarde,
que vai lá fora, que aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.

Perdoai
Mas eu preciso ser Outros.
Eu penso renovar o homem usando borboletas.

domingo, novembro 11, 2012

Dos poemas desnecessários

                                                                                                                  Cláudia Efe (2006)



Mando meus desmantelos
meu coração intranquilo
minhas faltas de data
minha pouca memória
e o melhor de mim

Mando o que me navega
e meus outros tráfegos
mando o que foi escrito com pressa
e outras urgências
mando o louco, o torto, o cético, o romântico

Mando o explícito e desvairado
mando a música, a mais bonita
mando a orquestra, a banda
uma voz rouca e outra ainda silenciosa

digo que você me atravessa
feito lança
e se aloja nos meus sentidos

segunda-feira, novembro 05, 2012

Lançamento, Poemas com destino Certo.




Poemas com destino certo é o 12º livro da escritora carioca Cristina da Costa Pereira, que já publicou também ensaios e literatura infantojuvenil.

É o seu quarto livro de poesia e conta com prefácio de Sérgio Bernardo e posfácio de Pedro da Costa Pereira.

A primeira parte da obra é dedicada ao bairro de Santa Teresa, e contém um poema e um texto em prosa. A segunda parte compõe-se de poemas que se referem à situação atual do mundo, numa abordagem espiritualista, revelando a imisção do material e do espiritual.

“Comparado aos três títulos de poesia anteriores, neste livro é que Cristina consegue seu melhor desempenho em se tratando de concisão. Esse ‘dizer mais com menos’, meta dos poetas contemporâneos, atinge o ápice em vários poemas. Penso que o leitor, frequente de poesia ou não, encontrará nestas páginas matéria farta para reflexão sobre seu tempo, seu mundo, seu país. E não só: sobre si mesmo”, afirma o poeta e escritor Sérgio Bernardo.

“Uma palavra do poema ‘À palavra’, de Cristina, diz: ‘Há dentro de mim uma melodia/que clama: escrever para iluminar,/estado de poesia/estado de vida.’ A melodia é o ímpeto por escrever. Esse ímpeto clama por alguma coisa, e essa coisa, escrever para iluminar. O estado de vida é ele mesmo luz”, afirma Pedro da Costa Pereira.

O lançamento de Poemas com destino certo será a 13 de novembro, terça-feira, a partir das 18:30h, no Centro Cultural Municipal Laurinda Santos Lobo. Na ocasião, haverá apresentação musical de André Mendes (voz e violão) e de Mio Vacite (violino).
O endereço do Centro Cultural Laurinda Santos Lobo é: Rua Monte Alegre, 306 – Santa Teresa (telefone: 2215 06 18).




sábado, novembro 03, 2012

(Do pequeno livro)

                                                                                                                                     Cláudia Efe



Arrancar o vazio
tomar-lhe as rédeas
Olho no olho da indiferença
Não temê-lo
mas recuar para entender-lhe a forma
Enxergá-lo de possíveis ângulos
até o invisível
Compreender a dor sem cura
da travessia
Seu lugar sem silêncio
Seu mar sem espera

quinta-feira, setembro 27, 2012

Meu ateu

                                                                                                                                              Cláudia Efe




Deus me disse
vai
aí eu já tinha ido
mas me senti considerada

quinta-feira, setembro 20, 2012

Dias

                                                                                                                                        Cláudia Efe (2006)


Uma hora pode ser sino
outra hora poder ser sina

sábado, setembro 15, 2012

Marcelo Jeneci - Feito Pra Acabar



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Feito pra acabar

Feito Pra Acabar

Marcelo Jeneci

 Marcelo JeneciCompositor: Marcelo Jeneci / Paulo Neves / Zé Miguel Wisnik
Tom: B
  
Intro: G7+  E (3x) 
       F# (2x)

         G7+
Quem me diz
      E                         G7+
Da estrada que não cabe onde termina
    E                         G7+
Da luz que cega quando te ilumina
       E                       F#
Da pergunta que emudece o coração

         G7+
Quantas são
    E                      G7+
As dores e alegrias de uma vida
  E                           G7+
Jogadas na explosão de tantas vidas
       E                      F#
Vezes tudo que não cabe no querer

       G7+
Vai saber
      E                         G7+
Se olhando bem no rosto do impossível
   E                         G7+
O véu, o vento e o alvo invisível
      E                           F#
Se desvenda o que nos une ainda assim

                        E
A gente é feito pra acabar
     F#      E      F#
Ah Aah  Ah Aah  Ah Aah
                       E
A gente é feito pra dizer
       F#
Que sim
               E
A gente pra caber
     F#
No mar
                      E      E       E
E isso nunca vai ter fim

( G7+  E ) (3x)

( F# ) (2x)

         G7+
Quem me diz
      E                         G7+
Da estrada que não cabe onde termina
    E                         G7+
Da luz que cega quando te ilumina
       E                       F#
Da pergunta que emudece o coração

         G7+
Quantas são
    E                      G7+
As dores e alegrias de uma vida
  E                           G7+
Jogadas na explosão de tantas vidas
       E                      F#
Vezes tudo que não cabe no querer

       G7+
Vai saber
      E                         G7+
Se olhando bem no rosto do impossível
   E                         G7+
O véu, o vento e o alvo invisível
      E                           F#
Se desvenda o que nos une ainda assim

                        E
A gente é feito pra acabar
     F#      E      F#
Ah Aah  Ah Aah  Ah Aah
                       E
A gente é feito pra dizer
       F#
Que sim
               E
A gente pra caber
     F#
No mar
                      E      E       E
E isso nunca vai ter fim



  • E
    123
    022100
  • F#
    ------234
    244322
  • G7+
    1234
    3X443X

quarta-feira, agosto 29, 2012

Óbvios

                                                                                                                                         Cláudia Efe

Tem dias que navego
sem mar
pelos desertos 
das minhas esquinas
         





sábado, agosto 25, 2012

Por assim dizer

cláudia efe



A luz na janela
a taça de vinho
o pote de barro
o bolinho de arroz.
Aprendo que se faz oferendas para o silêncio da tarde
que é íntimo e com música própria
que ali, ainda posso imaginar, e ainda devo.
É assim,
perpetrado por tempo e espaço
lugar onde gritam liberdades roucas e desaforadas.
Fé inabalável de tristes e alegres e sem sentidos
sem verdades e sem lutos
porque tudo está em nós
e permanecerá
de um outro jeito talvez,
mas de algum modo.

agosto 2012, RJ

domingo, julho 01, 2012

Pelas esquinas


Cláudia Efe





quando encontro Salomão

é um achado

a melhor fruta da quitanda, o vinho

ganho a tarde para a vida

na língua do homem-dança o poema 

rasgado, solto, livre

a coragem da palavra

na irreverência 

e delicadeza




Imagem: arquivo Google, sem referência ao autor.


01 de julho de 2012

sábado, maio 19, 2012

Maio (do Pequeno livro de mágicas)

Cláudia Efe

quando amanhece
o outono é gelado na janela
visitam a casa uns passarinhos
de peito amarelo e bico estridente.
Faço o sinal da cruz pra São Jorge
desarrumo a memória e bebo café quente
a quem interessa o que escrevo?
Servem pra isso também as palavras
entornar o sabor do vinho
no gosto da pele
o aroma, no vazio
escorregar pelas coisas
até transbordar os sentidos
pede-me o tempo para ficar quieto
só vejo por fora
o que carrego por dentro.

quinta-feira, abril 12, 2012

Para quem gosta de uma boa prosa...

 por Cristina da Costa Pereira





Dia 19 de abril, às 11 horas, você está convidado para participar de um bate-papo com Cristina da Costa Pereira, autora do livro Qualquer chão leva ao céu - a história do menino e do cigano (Escrita Fina Edições), no 14º Salão do Livro Infantojuvenil no Centro de Convenções Sul América (ao lado do prédio da  Prefeitura do Rio de Janeiro, no bairro do  Estácio). 

O livro narra o encontro de Jorge, um menino de rua, com o cigano Latsi, revelando que um garoto pode ter muito a ensinar a um adulto, e que um indivíduo de um grupo étnico aparentemente fechado, como o povo cigano, pode estar aberto a mostrar aspectos de sua cultura. A narrativa convida a uma reflexão sobre o estar no mundo e celebra a diversidade de culturas e costumes.

Em sentido horário, Cláudia Ferrari, Dirce e Cristina da Costa Pereira


segunda-feira, abril 02, 2012

dizeres

                                                                                                                                       
imagem: arquivo Google, sem referência autor.


                                                                                                                                                    cláudia efe


Noite de outono
lua sobre as coisas
estar quieto
no meio do silêncio
onde até o ainda é muito cedo
sobre o confuso.
O que escrevo é aéreo e sem asas
(ela agora não voa).
Está entre o susto e a estranheza
na fresta do que não se sabe, nem presume.
O que você perguntaria?
Pra quê?
Ah, também me pergunto. E, sem resposta.
Preciso da palavra hoje
da palavra agora
eu preciso do silêncio da palavra.








segunda-feira, março 05, 2012

liberdades

C. Ferrari em terras de PESSOA


O frio é decisivo
impera o vinho
e conjuga de queijos e azeites
a liberdade