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segunda-feira, dezembro 31, 2007
O seu lado de cá
foto: arquivo google, sem referência autor
Nando Reis
Na minha frente eu vejo o mar
Na frente do mar está a ilha
Na minha frente eu vejo o mar
Na frente do mar está a ilha
Lá onde nasce o dia
Lá onde cresce o mar
Longe o mundo, a ilha
Vendo o seu lado de cá
Pelo seu lábio de maré
Deixo o seu nome chamar
Até ter fim
ouvindo
ter é como...
Nando Reis
Na minha frente eu vejo o mar
Na frente do mar está a ilha
Na minha frente eu vejo o mar
Na frente do mar está a ilha
Lá onde nasce o dia
Lá onde cresce o mar
Longe o mundo, a ilha
Vendo o seu lado de cá
Pelo seu lábio de maré
Deixo o seu nome chamar
Até ter fim
ouvindo
ter é como...
domingo, dezembro 30, 2007
CERTEZAS E INCERTEZAS
Oscar Quiroga
30.12.2007
Data estelar: Vênus ingressa em Sagitário, Sol e Saturno estão em trígono; Lua é quarto minguante no signo de Libra.
Enquanto isso, aqui na nave Terra a humanidade é destinada à incerteza, pois se assim não fosse ela não poderia luzir seu intelecto. Porém, de tempos em tempos se pode confiar em algumas certezas, e uma das atuais é que o mundo como a gente o conhece tem pouca sobrevida, o próximo ano é o último da normalidade. Depois, as coisas começarão a decair inexoravelmente até o ponto em que tenham de ser substituídas por novas formas de relacionamento social, cultural e econômico. O que vem depois? É mistério, por enquanto, e é assim porque nós desconhecemos a maior parte do que significa viver. A vida age de acordo com um plano, e por enquanto nós o desconhecemos, mas o intuímos como sendo de grande beleza e inteligência, onde o amor é, definitivamente, o maior tesouro.
quinta-feira, dezembro 27, 2007
AUDIÇÃO PARA CONTRATAÇÃO DE BAILARINOS
A CIA. Jovem ETBB - da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil abre vagas
para contratação de bailarinos profissionais que tenham interesse em
fazer parte da companhia.
inscrições: 28/01 até 14/02 (ambos os sexos)
taxa de inscrição: R$ 10,00
idade: nascidos em 1984 até 1990
vagas disponíveis: 3 (podendo ou não serem preenchidas)
os candidators deverão ter excelente domínio em dança clássica
data da audição: 16/02/2008
local: Escola do Teatro Bolshoi no Brasil
Av. José Vieira - 150 - Centreventos Cau Hansen - Joinville/SCEsta
para contratação de bailarinos profissionais que tenham interesse em
fazer parte da companhia.
inscrições: 28/01 até 14/02 (ambos os sexos)
taxa de inscrição: R$ 10,00
idade: nascidos em 1984 até 1990
vagas disponíveis: 3 (podendo ou não serem preenchidas)
os candidators deverão ter excelente domínio em dança clássica
data da audição: 16/02/2008
local: Escola do Teatro Bolshoi no Brasil
Av. José Vieira - 150 - Centreventos Cau Hansen - Joinville/SCEsta
segunda-feira, dezembro 24, 2007
rascunho
imagem.arquivo Google, sem referência autor.
Claudia Efe
eu quero um silêncio
depois de outro
do contrário, só música
faço barcos de papel, solto pipas sem cabresto
e desenho nuvens gordas e tortas.
tudo é imaginário
sou apenas um traço
sou como o outro
também sem rumo e sem arte.
O que mesmo me pedias, do mesmo que falavas?
o vento anda forte, náufrago de moinhos...
quem mandou pedir, desejar
quem me trouxe de volta
quem de ponta cabeça
espera um qualquer sentido?
Hoje eu quero me impregnar de
Destino
quarta-feira, dezembro 19, 2007
PEQUENO POEMA PARA QUEM
domingo, dezembro 16, 2007
Wal - Missa de 7° dia do Querido
Paróquia Nossa Senhora da Guia
Divinópolis - Minas Gerais
Dia 20 de dezembro, quinta-feira, 19h.
Divinópolis - Minas Gerais
Dia 20 de dezembro, quinta-feira, 19h.
WAL
domingo, novembro 25, 2007
Rainer Maria Rilke
TEM PACIÊNCIA
COM TUDO NÃO RESOLVIDO EM TEU CORAÇÃO
E
TENTA AMAR AS PERGUNTAS
EM TI
COMO SE FOSSEM
QUARTOS TRANCADOS OU LIVROS ESCRITOS
EM IDIOMA ESTRANHO
NÃO PESQUISES EM BUSCA DE RESPOSTAS
QUE NÃO PODEM SER DADAS,
PORQUE TU NÃO PODES VIVER
E TRATÁ-TE DE VIVER TUDO
VIVE AS GRANDES PERGUNTAS AGORA.
TALVEZ NUM DIÁLOGO LONGÍNQUO
SEM O PERCEBERES
TE FAMILIARIZARÁ COM A RESPOSTA
domingo, novembro 04, 2007
sábado, novembro 03, 2007
GUERRA DE AVANÇO, GUERRA DE ATRASO.
Imagem: arquivo Google, s/referência autor
Oscar Quiroga
LUA VAZIA
Data estelar: Sol e Marte em trígono; Lua quarto minguante será Vazia até 10h46, horário de verão de Brasília, quando ingressará em Virgem.
Enquanto isso, aqui na nave Terra hoje é uma ótima oportunidade para nossa humanidade enfrentar um inimigo. Contudo, e apesar de o tempo ser propício, como nossa humanidade anda desnorteada, confusa e agressiva à toa, é provável que ela use a força para se meter em problemas, e não para finalizá-los.
É normal que as pessoas se tratem mal mutuamente, como se umas fossem estorvos para as outras. Pois é, esta mesma atitude de agressão poderia ser virtuosamente focalizada, por exemplo, para contrariar algum vício, e dar-lhe fim.
Nossa humanidade é atormentada por si mesma, pois tudo, em seu destino, é resultado de suas decisões.
A força da guerra é hoje disponível, para algumas almas isto significará avanço, mas para outras, a mesma força significará retrocesso.
http://www.astrologiareal.com.br/
Oscar Quiroga
LUA VAZIA
Data estelar: Sol e Marte em trígono; Lua quarto minguante será Vazia até 10h46, horário de verão de Brasília, quando ingressará em Virgem.
Enquanto isso, aqui na nave Terra hoje é uma ótima oportunidade para nossa humanidade enfrentar um inimigo. Contudo, e apesar de o tempo ser propício, como nossa humanidade anda desnorteada, confusa e agressiva à toa, é provável que ela use a força para se meter em problemas, e não para finalizá-los.
É normal que as pessoas se tratem mal mutuamente, como se umas fossem estorvos para as outras. Pois é, esta mesma atitude de agressão poderia ser virtuosamente focalizada, por exemplo, para contrariar algum vício, e dar-lhe fim.
Nossa humanidade é atormentada por si mesma, pois tudo, em seu destino, é resultado de suas decisões.
A força da guerra é hoje disponível, para algumas almas isto significará avanço, mas para outras, a mesma força significará retrocesso.
http://www.astrologiareal.com.br/
sexta-feira, novembro 02, 2007
sábado, outubro 27, 2007
Portinari: Dom Quixote e Sancho Pança
Saindo para Suas Aventuras (1956).
Lápis de cor sobre cartão.
Cláudia Efe
chove chuva fina
telhados escorrem
na cidade molhada
hoje não é dia de metrópole
comemoram-se madrugadas
lê-se a carta de um país distante
enquanto balança
o pingente vermelho na porta
o preto e branco das horas
o olhar nem antecede, nem ultrapassa
os fios costurados do tempo
e outras malhas
trânsito intenso de tecidos
nem transborda, nem vaza
nem se vê que ali, é água.
Quem se arriscaria a cometer incêndios?
Saindo para Suas Aventuras (1956).
Lápis de cor sobre cartão.
Cláudia Efe
chove chuva fina
telhados escorrem
na cidade molhada
hoje não é dia de metrópole
comemoram-se madrugadas
lê-se a carta de um país distante
enquanto balança
o pingente vermelho na porta
o preto e branco das horas
o olhar nem antecede, nem ultrapassa
os fios costurados do tempo
e outras malhas
trânsito intenso de tecidos
nem transborda, nem vaza
nem se vê que ali, é água.
Quem se arriscaria a cometer incêndios?
domingo, outubro 21, 2007
FEITO MISTÉRIO
sábado, outubro 20, 2007
RAÇA
imagem: arquivo Google,sem referência autor
Milton Nascimento e Fernando Brandt
Intro: (A B D F) (A B A F#m D/E)
A B A F#m D/E
Lá vem a força, lá vem a magia, que me incendeia o corpo de alegria.
A B A F#m D/E
Lá vem a santa, maldita euforia, que me alucina, me joga e me rodopia.
A B A F#m D/E
Lá vem o canto, o berro da fera, lá vem a voz de qualquer primavera.
A B A F#m Bm7 E
Lá vem a unha rasgando a garganta, a fome,a fúria, o sangue que já se levanta.
A B A F#m Bm7 E
De onde vem essa coisa tão minha, que me aquece e me faz carinho ?
A B A F#m Bm7 E
De onde vem essa coisa tão crua, que me acorda e me põe no meio da rua ?
A B A F#m E
É um lamento, um canto mais puro que me ilumina a casa escura.
A B A F#m E
É minha força, é nossa energia que vem de longe prá nos fazer companhia.
A B A F#m E
É Clementina cantando bonito as aventuras do seu povo aflito.
A B A F#m Bm7 E
É seu Francisco, boné e cachimbo, me ensinando que a luta é mesmo comigo.
G C D C A F/G
Todas Marias, Maria Dominga, atraca Vilma e Tia Hercília.
C D C Am F/G E A
É Monsueto e é Grande Otelo. Atraca, atraca que o Naná vem chegando.
quarta-feira, outubro 17, 2007
domingo, outubro 07, 2007
Para ler em atitute espiral
quarta-feira, outubro 03, 2007
domingo, setembro 30, 2007
Em pé
sexta-feira, setembro 07, 2007
Bons ventos no Leblon
no Rio de Janeiro
Dia 27 de setembro às 21h
Esch Café Leblon
Rua Dias Ferreira 78 - A
Leblon . RJ
Informações: (21) 512.5651
Dia 27 de setembro às 21h
Esch Café Leblon
Rua Dias Ferreira 78 - A
Leblon . RJ
Informações: (21) 512.5651
quarta-feira, setembro 05, 2007
terça-feira, setembro 04, 2007
sexta-feira, agosto 31, 2007
segunda-feira, agosto 27, 2007
sábado, agosto 25, 2007
PARTITURAS
Cláudia Efe
Triste do poema pronto
Na ponta da língua
Hoje é o dia do outro poema
Triste de quem perde a vez
Anda na moda que a fila anda
Não há fila se há vez
Olho ao redor e vejo destino
E outras conspirações do tempo
e alguns desertos e outras pausas
Penso que tudo é música
A me dizer
Toca
OuveSenteDiz
(ou cala para sempre
a tua insensatez )
domingo, agosto 19, 2007
sábado, agosto 18, 2007
NAOMI CONTE NA CASA DE CULTURA LAURA ALVIM
terça-feira, julho 17, 2007
DUPLA DO PRAZER NO BAR DO ADÃO
Quarta-feira, dia 17 de julho, a partir das 20h, estaremos apresentando
o sarau "Prazer e Poesia"
com a Dupla do Prazer.
Grandes surpresas e palco aberto.
Serviço:Bar do Adão
Rua D. Mariana, 81. Botafogo.
Entrada Franca.
Estacionamento no 77, ao lado.
Esperamos você!
Denizis e Cairo Trindade
Apoio: Oficina de Literatura Cairo Trindade &
PERSONALFILME PRODUÇÕES RJ
domingo, julho 15, 2007
NAOMI CONTE NA CASA DE CULTURA LAURA ALVIM
A escritora Naomi Conte lança no próximo dia 21 de agosto,a partir das 19h, na Casa de Cultura Laura Alvim, o seu primeiro livro. A livraria da esquina - E outros contos de mulheres (Edições GLS, 96 pp., R$ 24,90), traz dezoito contos em que o amor entre mulheres não é idealizado, mas vivido.
A Casa de Cultura Laura Alvim fica na av. Vieira Souto 176, Ipanema, no
Rio de Janeiro.
A Casa de Cultura Laura Alvim fica na av. Vieira Souto 176, Ipanema, no
Rio de Janeiro.
A LIVRARIA DA ESQUINA de NAOMI CONTE
Sensualidade e sensibilidade delineiam os contos de Naomi Conte. Mostrando um pouco mais do universo gay feminino, seus encontros e desencontros, a irreverente descoberta da sexualidade lésbica na adolescência e a maturidade nas relações.
A livraria da esquina – E outros contos de mulheres (Edições GLS, 96 pp., R$ 24,90), de Naomi Conte, traz dezoito contos em que o amor entre mulheres não é idealizado, mas vivido. Do Rio de Janeiro à Escandinávia, no calor tórrido entre primas numa fazenda do interior ou na brincadeira na neve em uma floresta nórdica, personagens de variados estilos e idades vivem o amor com naturalidade e sensualidade.
Segundo Lúcia Facco, autora de Lado B e As heroínas saem do armário, “Naomi Conte é escritora intuitiva, dessas que escrevem de uma vez só, sem parar para respirar ou para mexer aqui e ali. Ela coloca para fora, de maneira visceral, seus sentimentos, suas impressões do mundo, suas intimidades. Suas personagens se entrelaçam, se descobrem e nos desnudam, a nós leitoras, que nos reconhecemos seja na TPM, nas dúvidas, nos titubeios, na sensualidade, seja na paixão”.
A autora
Naomi Conte nasceu no sul do país e veio para o Rio de Janeiro continuar os estudos em Ciências Exatas. Sempre manteve, como leitora, um contato voraz com a literatura, sobretudo de autoria feminina. Enquanto estudava e trabalhava – entre uma equação e outra -, escrevia. E foi assim que se viu escritora, tendo publicado um conto na coletânea Elas Contam, lançada pela Editora Corações e Mentes em 2006. Também divaga em contos curtos no seu blog: www.contosinterditos.blogspot.com
quinta-feira, julho 12, 2007
terça-feira, maio 15, 2007
domingo, maio 06, 2007
quando amanhece
quinta-feira, maio 03, 2007
CELEBRAR A VIDA
Diário de Bordo
Oscar Quiroga
Data estelar: Mercúrio e Saturno em quadratura, Lua cheia mais importante do ano será vazia das 3h43 às 19h49, horário de Brasília.
Enquanto isso, aqui na nave Terra hoje nossa humanidade tem licença cósmica para se despreocupar, e através desse exercício celebrar a vida que a anima, na qual se movimenta e vivencia seu ser. O universo é um ser absolutamente vivo e em franca evolução, e na infâmia generalizada que se traveste com o nome de normalidade, nossa humanidade abandonou a mais importante obrigação cotidiana, que é a de honrar a vida logo depois de acordar e no instante em que vai dormir, e de preferência, fazê-lo também no momento do poente.
Por que isso? Ora! Porque todo o resto depende desse exercício de respeito e culto. Agora, hoje especificamente, em que maior luz espiritual foi derramada sobre a Terra, e que a Lua é Vazia, é propício tomar um bom tempo para despreocupar-se e celebrar a vida.
Oscar Quiroga
Data estelar: Mercúrio e Saturno em quadratura, Lua cheia mais importante do ano será vazia das 3h43 às 19h49, horário de Brasília.
Enquanto isso, aqui na nave Terra hoje nossa humanidade tem licença cósmica para se despreocupar, e através desse exercício celebrar a vida que a anima, na qual se movimenta e vivencia seu ser. O universo é um ser absolutamente vivo e em franca evolução, e na infâmia generalizada que se traveste com o nome de normalidade, nossa humanidade abandonou a mais importante obrigação cotidiana, que é a de honrar a vida logo depois de acordar e no instante em que vai dormir, e de preferência, fazê-lo também no momento do poente.
Por que isso? Ora! Porque todo o resto depende desse exercício de respeito e culto. Agora, hoje especificamente, em que maior luz espiritual foi derramada sobre a Terra, e que a Lua é Vazia, é propício tomar um bom tempo para despreocupar-se e celebrar a vida.
domingo, abril 29, 2007
SERRA DO LUAR (fragmento)
sábado, abril 28, 2007
É PROPÍCIO ABRIR A MENTE
arquivo Google s/referência autor
Oscar Quiroga
Data estelar: Vênus e Júpiter em oposição, Marte e Urano em conjunção, Lua será vazia das 16h15 às 18h46, horário de Brasília.
Enquanto isso, aqui na nave Terra é propício abrir a mente, tornando-a receptiva a informações que, à primeira vista, pareceriam saídas de literatura de ficção científica, mas que, pensando melhor, logo se notaria que fazem o maior sentido, pois essa informação vem de dentro mesmo, do centro do coração, plenamente capacitado a compreender sua participação ativa na inefável coreografia cósmica que significa a Lua Cheia do próximo dia 2 de Maio.
Não apenas é propício abrir a mente para acolher essa informação como também preparar-se devidamente para participar ativamente dessa coreografia, através da despreocupação, da prática da verdade, da tomada de atitudes corretas e, também, do esforço despendido em torno do comportamento não violento.
Oscar Quiroga
Data estelar: Vênus e Júpiter em oposição, Marte e Urano em conjunção, Lua será vazia das 16h15 às 18h46, horário de Brasília.
Enquanto isso, aqui na nave Terra é propício abrir a mente, tornando-a receptiva a informações que, à primeira vista, pareceriam saídas de literatura de ficção científica, mas que, pensando melhor, logo se notaria que fazem o maior sentido, pois essa informação vem de dentro mesmo, do centro do coração, plenamente capacitado a compreender sua participação ativa na inefável coreografia cósmica que significa a Lua Cheia do próximo dia 2 de Maio.
Não apenas é propício abrir a mente para acolher essa informação como também preparar-se devidamente para participar ativamente dessa coreografia, através da despreocupação, da prática da verdade, da tomada de atitudes corretas e, também, do esforço despendido em torno do comportamento não violento.
quarta-feira, abril 25, 2007
ELAS CONTAM
Lançamento de coletânea de contos com témática lésbica promete movimentar Porto Alegre
“Elas Contam”, será lançado no próximo dia 05 de maio, às 20 horas, no Café Concerto Mário Quintana, na rua dos Andradas, 736, 7º andar, Centro, Porto Alegre. A obra, que tem o selo da Editora Corações e Mentes e 160 páginas, poderá ser adquirida no lançamento, nas livrarias ou pelo site www.elascontam.com.br
A cantora, colunista e ativista lésbica, Vange Leonel assina a orelha do livro. A apresentação é da pesquisadora e escritora Lúcia Facco, mestre em Literatura Brasileira pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), autora dos livros “As heroínas saem do armário” e “Lado B”. “Elas Contam” é inteiramente ilustrado por Lara Lunna.
“Tivemos, ao organizar este livro, a preocupação em trazer à luz não textos que seriam escolhidos apenas por terem sido escritos por lésbicas, com temática lésbica”, explica Lúcia Facco, que também participa como organizadora da coletânea. Segundo ela, a proposta foi mostrar uma produção literária ainda desconhecida. Facco, que começou sua trajetória como contista em 2003, com o livro “Todos os Sentidos” - uma coletânea de contos eróticos escritos por mulheres, organizada pela professora Cyana Leahy (UFF) e publicada pela CL Edições - afirma que os trabalhos inseridos na coletânea “Elas Contam” não são apenas uma versão homoerótica daquelas historietas de amor, que podem ser compradas nas bancas de jornal. “Nem tampouco são meros panfletos que dizem ‘como é bom ser lésbica’. Nada disso. Desejamos mostrar que eles podem ser muito mais do que isso. Podem ser textos saborosos, bem feitos, com excelente qualidade literária. Textos que realizem uma das principais características de um texto literário: subverter o pensamento, provocando reflexões profundas nos leitores. Os textos desta coletânea fazem exatamente isso", relata a escritora.
“Elas contam” reúne trabalhos de 15 autoras, dos mais diferentes pontos do país, entre elas uma gaúcha, e tem como uma característica a diversidade, conforme se pode perceber na apresentação da obra: “Glória Azevedo, a poesia em prosa; Paula Marinho, o reencontro; Naomi Conte, o impressionismo; Mariana Cortez, o humor fino; Helena Fontana, o encontro; Lara Lunna, a aventura; Lúcia Facco, a crença no “irreal”; Andréa Ormond, a angústia e a esperança; Hanna-K, a melancolia; Jackie Rodrigues, a entrega; Carol, o sado-masoquismo; Lavínia Motta, o amor que se basta; Laisa Mackenna, o mítico; Danieli Hautequest, o perdão e Laura Bacellar, convidada especial, fundadora do selo GLS no Brasil, a certeza, confiança”.
O Lançamento em Porto Alegre busca fazer com que a diversidade do livro seja também expressa numa divulgação nacional. Porto Alegre é um dos principais pólos culturais do Brasil e carrega ainda simbolismo de ter excelentes escritores gays.
SERVIÇO
Lançamento do livro “Elas Contam” (160 p., R$ 26,00), Editora Corações e Mentes.
Dia 05 de maio, às 20h, no Café Concerto Mário Quintana, na rua dos Andradas, 736 – 7º andar.
* Com a presença das autoras Glória Azevedo, Naomi Conte, Lara Lunna e Helena Fontana
* Música com Aline Costa
* Venda de comidas e bebidas no local.
Informações: (51) 8114 – 9708 – Rose
(51) 9125 – 2592 - Ulisses
O Dialeto da Internet
fonte: PINHO, J.B. Jornalismo na Internet (páginas 13 a 30)
A World Wide Web (WWW) é uma ferramenta da Internet que possui características multimídia, permitindo a exibição de diversos tipos de recursos (som, imagens, animação) em uma única tela. A intuitividade gerada pelos recursos multimídias e o fato de possuir uma linguagem que pode agregar diversas outras ferramentas disponíveis na rede, como o correio eletrônico e os "bate-papos" virtuais, tornaram a Web sinônimo de Internet.
No vocabulário da Internet, o termo home page é utilizado para definir uma página de informações, codificada em HTML (HyperText Markup Language,a linguagem específica para desenvolver documentos com recursos de hipertexto para a Web. A página criada poderá conter, além de textos, elementos gráficos, sons, imagens, vídeos etc., além de oferecer acesso a outros serviços da rede, como envio de correio eletrônico (e-mail)e salas de bate-papo (chats).
Um site (sítio, em português) seria o agrupamento de diversas home pages sobre um mesmo assunto ou de uma mesma instituição. Para visualizar as home pages,entretanto, é necessário possuir um browser, o programa que exibe as páginas codificadas em HTML. O Browser é também conhecido como navegador pois permite navegar pelos hipertextos ou "surfar na rede". Os browsers mais utilizados atualmente são o Firefox (variação do software livre Mozila), o Netscape Navigator, da Netscape e o Internet Explorer, da MicroSoft.
Pelo fato de existirem milhões de home pages disponíveis na Internet e para ser possível localizar exatamento a que se deseja, cada home page possui um nome único, como um endereço. O endereço completo de uma home page é conhecido como URL (Uniform Resource Locator) e através dele o browser consegue localizar exatamente a informação desejada.
De acordo com Márcio Chleba, a composição do endereço de um site Internet tem quatro identificadores, no seguinte formato: www.domínio.tipo.país. (CHLEBA, 1999, p.110). O primeiro é um nome qualquer, geralmente utilizado para informar o tipo de serviço oferecido, como www (world wide web). O segundo é o nome do seu domínio, que fica registrado em um diretório geral de domínios. O terceiro nome identifica o tipo de site: .com para site comercial, .gov para governamental, .edu para instituições de ensino etc.. O quarto identifica o país: .br para Brasil, .ar para Argentina etc.. Se não houver identificação, o site é norte-americano, privilégio obtido pelo fato de ter sido os Estados Unidos os criadores da Internet.
GLOSSÁRIO
Agregador - Leitor de arquivos RSS. Pode ser instalado no computador ou ser baseado na web.
ARPAnet - Primeira rede de computadores distribuída, da ARPA (Advanced Projects Research Agency), que deu origem à Internet.
Blog - Site atualizado regularmente com estrutura cronológica. O nome vem da contração de duas palavras em inglês, Web (world wide web) e log, que significa registro.
Browser - (navegador) Programa utilizado para exibir as páginas de um site, permitindo a navegação pelo hipertexto.
Chats - Programas utilizados para conversas sincrônicas na rede em tempo real. A forma de login é dinâmica e seu acesso é geralmente realizado através de salas públicas.
Download - Transferir dados ou programas de um servidor para um computador. Em português diz-se "baixar" da Internet, ou seja, buscar algo que está online, no ar, e trazer para o computador pessoal. O oposto de Upload.
E-mail - É o correio eletrônico, um mode de trocar correspondência entre equipamentos conectados à Internet.
Flog - Contração de fotoblog ou fotolog. Um blog que traz fotos nos posts.
Home page - A página de abertura de um site.
HTML - (HyperText Marku Language). Linguagem específica para desenvolver documentos com recursos de hipertexto para a Web.
Internet - Rede mundial formada a partir da interconexão de computadores por meio de um protocolo de comunicação chamado de IP (Internet Protocol). A world wide web é uma parte da Internet.
iPod - Tocador de arquivos digitais de áudio e vídeo da Apple.
Mensagens Instantâneas - Programas utilizados na rede para troca de mensagens em tempo real. É necessário a instalação de um programa para a troca de mensagens e também o cadastro de um login e senha de acesso. A troca de mensagens ocorre entre usuários cadastrados pelo programa.
Online - Diz-se de algo que está disponível na Internet ou de alguém que está conectado à rede mundial de computadores.
Página - Arquivo contendo informações textuais ou aidiovisuais, geralmente codificada em HTML. Outras linguagens mais avançadas também podem ser utilizadas, como ASP, PHP, DHMTL etc..
Podcast - É um meio de distribuir arquivos digitais pela Internet. Os arquivos ficam hospedados em um endereço na Internet e, por download, chegam ao computar pessoal ou tocador. A divulgação do pdcas é feita pelo RSS.
Post - Cada um dos textos inseridos em um blog.
RSS - Sigla para "Really simple Syndication" (divulgação muito simples) ou "rich site summary" (sumário rico de site). Formato de arquivo com padrão mundial que funciona com linguagem XML. Usado para distribuir informações na Internet.
Site - (sítio) É uma publicação digital sobre um determinado assunto, contendo várias páginas de informações. Pode disponibilizar conteúdo institucional, informativo, publicitário, além de oferecer a comercialização de produtos e serviços.
Upload - Transferir um arquivo para um servidor na Internet. Costuma-se dizer jogar na rede, colocar no ar ou subir um arquivo. O Contrário de download.
URL - Sigla para Uniform Resource Locator. É o endereço ou domínio de um site na Internet.
Vlog - Abreviação de videoblog ou videolog. Um blog feito com vídeos.
Wiki - Tipo de site criado especialmente para a escrita colaborativa e que permite aos usuários facilmente adicionar ou editar conteúdos.
www - Sigla para world wide web, que significa grande teia mundial. É um espaço virtual onde é possível visualizar e adicionar conteúdos por meio de equipamentos conectados à Internet. É a interface gráfica da Internet. Também chamada de web.
A World Wide Web (WWW) é uma ferramenta da Internet que possui características multimídia, permitindo a exibição de diversos tipos de recursos (som, imagens, animação) em uma única tela. A intuitividade gerada pelos recursos multimídias e o fato de possuir uma linguagem que pode agregar diversas outras ferramentas disponíveis na rede, como o correio eletrônico e os "bate-papos" virtuais, tornaram a Web sinônimo de Internet.
No vocabulário da Internet, o termo home page é utilizado para definir uma página de informações, codificada em HTML (HyperText Markup Language,a linguagem específica para desenvolver documentos com recursos de hipertexto para a Web. A página criada poderá conter, além de textos, elementos gráficos, sons, imagens, vídeos etc., além de oferecer acesso a outros serviços da rede, como envio de correio eletrônico (e-mail)e salas de bate-papo (chats).
Um site (sítio, em português) seria o agrupamento de diversas home pages sobre um mesmo assunto ou de uma mesma instituição. Para visualizar as home pages,entretanto, é necessário possuir um browser, o programa que exibe as páginas codificadas em HTML. O Browser é também conhecido como navegador pois permite navegar pelos hipertextos ou "surfar na rede". Os browsers mais utilizados atualmente são o Firefox (variação do software livre Mozila), o Netscape Navigator, da Netscape e o Internet Explorer, da MicroSoft.
Pelo fato de existirem milhões de home pages disponíveis na Internet e para ser possível localizar exatamento a que se deseja, cada home page possui um nome único, como um endereço. O endereço completo de uma home page é conhecido como URL (Uniform Resource Locator) e através dele o browser consegue localizar exatamente a informação desejada.
De acordo com Márcio Chleba, a composição do endereço de um site Internet tem quatro identificadores, no seguinte formato: www.domínio.tipo.país. (CHLEBA, 1999, p.110). O primeiro é um nome qualquer, geralmente utilizado para informar o tipo de serviço oferecido, como www (world wide web). O segundo é o nome do seu domínio, que fica registrado em um diretório geral de domínios. O terceiro nome identifica o tipo de site: .com para site comercial, .gov para governamental, .edu para instituições de ensino etc.. O quarto identifica o país: .br para Brasil, .ar para Argentina etc.. Se não houver identificação, o site é norte-americano, privilégio obtido pelo fato de ter sido os Estados Unidos os criadores da Internet.
GLOSSÁRIO
Agregador - Leitor de arquivos RSS. Pode ser instalado no computador ou ser baseado na web.
ARPAnet - Primeira rede de computadores distribuída, da ARPA (Advanced Projects Research Agency), que deu origem à Internet.
Blog - Site atualizado regularmente com estrutura cronológica. O nome vem da contração de duas palavras em inglês, Web (world wide web) e log, que significa registro.
Browser - (navegador) Programa utilizado para exibir as páginas de um site, permitindo a navegação pelo hipertexto.
Chats - Programas utilizados para conversas sincrônicas na rede em tempo real. A forma de login é dinâmica e seu acesso é geralmente realizado através de salas públicas.
Download - Transferir dados ou programas de um servidor para um computador. Em português diz-se "baixar" da Internet, ou seja, buscar algo que está online, no ar, e trazer para o computador pessoal. O oposto de Upload.
E-mail - É o correio eletrônico, um mode de trocar correspondência entre equipamentos conectados à Internet.
Flog - Contração de fotoblog ou fotolog. Um blog que traz fotos nos posts.
Home page - A página de abertura de um site.
HTML - (HyperText Marku Language). Linguagem específica para desenvolver documentos com recursos de hipertexto para a Web.
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segunda-feira, abril 23, 2007
quarta-feira, abril 18, 2007
PRIMEIRO PRENÚNCIO
Alberto Caeiro
Primeiro prenúncio de trovoada de depois de amanhã.
As primeiras nuvens, brancas, pairam baixas no céu mortiço,
Da trovoada de depois de amanhã?
Tenho a certeza, mas a certeza é mentira.
Ter certeza é não estar vendo.
Depois de amanhã não há.
O que há é isto:
Um céu de azul, um pouco baço, umas nuvens brancas no horizonte,
Com um retoque de sujo embaixo como se viesse negro depois.
Isto é o que hoje é,
E, como hoje por enquanto é tudo, isto é tudo.
Quem sabe se eu estarei morto depois de amanhã?
Se eu estiver morto depois de amanhã, a trovoada de depois de amanhã
Será outra trovoada do que seria se eu não tivesse morrido.
Bem sei que a trovoada não cai da minha vista,
Mas se eu não estiver no mundo.
O mundo será diferente
—Haverá eu a menos
—E a trovoada cairá num mundo diferente e não será a mesma trovoada.
presente da Célia Demésio para o Automóveis
Primeiro prenúncio de trovoada de depois de amanhã.
As primeiras nuvens, brancas, pairam baixas no céu mortiço,
Da trovoada de depois de amanhã?
Tenho a certeza, mas a certeza é mentira.
Ter certeza é não estar vendo.
Depois de amanhã não há.
O que há é isto:
Um céu de azul, um pouco baço, umas nuvens brancas no horizonte,
Com um retoque de sujo embaixo como se viesse negro depois.
Isto é o que hoje é,
E, como hoje por enquanto é tudo, isto é tudo.
Quem sabe se eu estarei morto depois de amanhã?
Se eu estiver morto depois de amanhã, a trovoada de depois de amanhã
Será outra trovoada do que seria se eu não tivesse morrido.
Bem sei que a trovoada não cai da minha vista,
Mas se eu não estiver no mundo.
O mundo será diferente
—Haverá eu a menos
—E a trovoada cairá num mundo diferente e não será a mesma trovoada.
presente da Célia Demésio para o Automóveis
terça-feira, abril 17, 2007
NOVA OFICINA DE MÍMICA
foto: arquivo Google, s/referência autor
21 de abril, sábado
Inscrições e Informações: (21) 3435 7257
ou atendimento@alternativadesign.com.br
Local : Rua Cosme Velho, 599 - Cosme Velho
Investimento: R$ 80,00 à vista.
Forma de Pagamento: Depósito no Banco Bradesco,
Favorecido: Alternativa Produções Culturais Ltda.,
Conta Corrente: 0007660-0, Agência: 02789-8.
MÍMICA TEATRAL
com JIDDU SALDANHA
21 de abril, sábado
Inscrições e Informações: (21) 3435 7257
ou atendimento@alternativadesign.com.br
Local : Rua Cosme Velho, 599 - Cosme Velho
Investimento: R$ 80,00 à vista.
Forma de Pagamento: Depósito no Banco Bradesco,
Favorecido: Alternativa Produções Culturais Ltda.,
Conta Corrente: 0007660-0, Agência: 02789-8.
MÍMICA TEATRAL
A oficina tem como objetivo melhorar o desempenho na técnica de atuar, ampliando os conhecimentos do aluno na arte do gesto.
Programa:
• Mímica - abordagem contemporânea
• Interpretação gestual
• Pantomima e roteiro
• Improvisação
• A Mímica no Brasil e no Mundo
• Sugestões bibliográficas
Público-Alvo
Artistas e interessados em geral a partir de 14 anos.
Jiddu Saldanha é ator com especialização e dedicação na arte da mímica. Com 17 anos de experiência já se apresentou em importantes teatros de capitais e cidades do interior do Brasil. Com carreira consolidada, Jiddu agora se dedica também à pedagogia, ensinando sua técnica para artistas profissionais e amadores. Seu trabalho também é bastante solicitado na educação e em cursos voltados para executivos, entre outros.
Lembretes importantes:
1. A oficina poderá ser cancelada ou alterada a data de início caso não consiga atingir o número mínimo de alunos que viabilize a sua realização.
Caso isto ocorra, a inscrição poderá ser devolvida.
2. Só será aceito o cancelamento de inscrições com 72 horas úteis de antecedência à data de início do curso.
Para ver o perfil de Jiddu, clique em:http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=16314880994170668414
terça-feira, abril 10, 2007
HIPÉRBOLE
Cláudia Éfe
Tem gente bem
Tem gente que não vai nem vem
e só o meu lado tosco escreve pra isso
Gosto, por preferência ou desespero
de saber que há
o
Tem gente do bem
Tem gente vento tempestade cometa
tem gente eixo em outro planeta
tem gente meio seixo meio fio
tem gente encruzilhada
tem gente arrepios
tem gente em berros uivos por outra gente
tem gente avessos revirados pra ser gente
e tem gente por outra gente meio calada
tem gente que desarruma uns sentidos
mas quando escorremos
viramos uma mesmo quase água
estando lânguidos
ou amotinados
Tem gente bem
Tem gente que não vai nem vem
e só o meu lado tosco escreve pra isso
Gosto, por preferência ou desespero
de saber que há
o
Tem gente do bem
Tem gente vento tempestade cometa
tem gente eixo em outro planeta
tem gente meio seixo meio fio
tem gente encruzilhada
tem gente arrepios
tem gente em berros uivos por outra gente
tem gente avessos revirados pra ser gente
e tem gente por outra gente meio calada
tem gente que desarruma uns sentidos
mas quando escorremos
viramos uma mesmo quase água
estando lânguidos
ou amotinados
quinta-feira, abril 05, 2007
DA POLÍTICA
Cézar Sanchez
O Homem trabalhou a vida toda.
Acordou cedo, pegou o ônibus, pagou a conta.
Viveu assim anos a fio.
Queria mais mas não podia.
Tentava e não conseguia.
Valente corria corria...
A fome batia
As vezes açoitava mesmo que dia.
Até quando a mulher paria.
E isso aconteceu todo santo dia.
Na vida do outro foi diferente.
Acordava cedo para estudar.
Um novo dia... vou sonhar.
Aprendi mais cálculos... vou somar.
Cresci, mãe vou me mandar.
Amigos da escola me separar.
Novos amigos vou trabalhar
Mas como foi fácil chegar lá.
Um pouco de lábia pra enganar
E o seu voto consegui ganhar.
Que mesmo com fome, me ouviu falar.
E nessa noite eu vou jantar.
Amanhã vou viajar.
Depois eu vou transar, festas realizar.
Com a sua fome eu vou lucrar.
Pois pra mim você vai trabalhar.
Assim de manhã você vai chorar.
Pois o teu filho não terá o leite para tomar.
Venci.
O Homem trabalhou a vida toda.
Acordou cedo, pegou o ônibus, pagou a conta.
Viveu assim anos a fio.
Queria mais mas não podia.
Tentava e não conseguia.
Valente corria corria...
A fome batia
As vezes açoitava mesmo que dia.
Até quando a mulher paria.
E isso aconteceu todo santo dia.
Na vida do outro foi diferente.
Acordava cedo para estudar.
Um novo dia... vou sonhar.
Aprendi mais cálculos... vou somar.
Cresci, mãe vou me mandar.
Amigos da escola me separar.
Novos amigos vou trabalhar
Mas como foi fácil chegar lá.
Um pouco de lábia pra enganar
E o seu voto consegui ganhar.
Que mesmo com fome, me ouviu falar.
E nessa noite eu vou jantar.
Amanhã vou viajar.
Depois eu vou transar, festas realizar.
Com a sua fome eu vou lucrar.
Pois pra mim você vai trabalhar.
Assim de manhã você vai chorar.
Pois o teu filho não terá o leite para tomar.
Venci.
segunda-feira, abril 02, 2007
A LUCIDEZ PERIGOSA
imagem "capturada" do bonito www.miscelaneavanguardiosa.blogspot.com/ - sem referência autor
Clarice Lispector
Estou sentindo uma clareza tão grande
que me anula como pessoa atual e comum:
é uma lucidez vazia, como explicar?
assim como um cálculo matemático perfeito do qual,
no entanto, não se precise.
Estou por assim dizer vendo claramente o vazio.
E nem entendo aquilo que entendo:
pois estou infinitamente maior que eu mesma,
e não me alcanço.
Além do que: que faço dessa lucidez?
Sei também que esta minha lucidez
pode-se tornar o inferno humano
- já me aconteceu antes.
Pois sei que
- em termos de nossa diária
e permanente acomodação
resignada à irrealidade -
essa clareza de realidade
é um risco.
Apagai, pois, minha flama, Deus,
porque ela não me serve
para viver os dias.
Ajudai-me a de novo consistir
dos modos possíveis.
Eu consisto,
eu consisto,
amém.
Estou sentindo uma clareza tão grande
que me anula como pessoa atual e comum:
é uma lucidez vazia, como explicar?
assim como um cálculo matemático perfeito do qual,
no entanto, não se precise.
Estou por assim dizer vendo claramente o vazio.
E nem entendo aquilo que entendo:
pois estou infinitamente maior que eu mesma,
e não me alcanço.
Além do que: que faço dessa lucidez?
Sei também que esta minha lucidez
pode-se tornar o inferno humano
- já me aconteceu antes.
Pois sei que
- em termos de nossa diária
e permanente acomodação
resignada à irrealidade -
essa clareza de realidade
é um risco.
Apagai, pois, minha flama, Deus,
porque ela não me serve
para viver os dias.
Ajudai-me a de novo consistir
dos modos possíveis.
Eu consisto,
eu consisto,
amém.
PRECISÃO
Clarice Lispector
O que me tranquiliza é que tudo o que existe,
existe com uma precisão absoluta.
O que for do tamanho de uma cabeça de alfinete
não transborda nem uma fração de milímetro
além do tamanho de uma cabeça de alfinete.
Tudo o que existe é de uma grande exatidão.
Pena é que a maior parte
do que existe com essa exatidão
nos é tecnicamente invisível.
O bom é que a verdade chega a nós
como um sentido secreto das coisas.
Nós terminamos adivinhando, confusos,
a perfeição.
O que me tranquiliza é que tudo o que existe,
existe com uma precisão absoluta.
O que for do tamanho de uma cabeça de alfinete
não transborda nem uma fração de milímetro
além do tamanho de uma cabeça de alfinete.
Tudo o que existe é de uma grande exatidão.
Pena é que a maior parte
do que existe com essa exatidão
nos é tecnicamente invisível.
O bom é que a verdade chega a nós
como um sentido secreto das coisas.
Nós terminamos adivinhando, confusos,
a perfeição.
sábado, março 31, 2007
Por enquanto
quinta-feira, março 29, 2007
CIBERDEPENDENTE
Célia Demézio
No lugar dos óculos
Ponha o escuro.
No lugar do azul,
Acenda a luz.
No lugar da cama,
Ponha a mesa.
No lugar do inferno,
Ponha fogo.
No lugar dos olhos,
Ponha lentes.
No lugar do um,
Ponha coisas.
No lugar do nada,
Ponha espelhos.
No lugar do dez,
Apanhe no horário.
No lugar de segredos,
Ponha falas.
No lugar da música,
Ponha os dedos.
No lugar da festa,
Ponha estrelas.
No lugar da rua,
Ponha diz que não.
No lugar da dor,
Não há remédio.
No lugar das falhas,
Ponha medalhas.
No lugar da frente,
Ponha o medo.
Num lugar ilusionista,
Aperte o botão.
No lugar do dia,
Ponha neblina.
No lugar da vida,
Ponha boa noite querida.
No lugar afinal,
Ponha a cabeça sobre o cobertor.
No lugar dos óculos
Ponha o escuro.
No lugar do azul,
Acenda a luz.
No lugar da cama,
Ponha a mesa.
No lugar do inferno,
Ponha fogo.
No lugar dos olhos,
Ponha lentes.
No lugar do um,
Ponha coisas.
No lugar do nada,
Ponha espelhos.
No lugar do dez,
Apanhe no horário.
No lugar de segredos,
Ponha falas.
No lugar da música,
Ponha os dedos.
No lugar da festa,
Ponha estrelas.
No lugar da rua,
Ponha diz que não.
No lugar da dor,
Não há remédio.
No lugar das falhas,
Ponha medalhas.
No lugar da frente,
Ponha o medo.
Num lugar ilusionista,
Aperte o botão.
No lugar do dia,
Ponha neblina.
No lugar da vida,
Ponha boa noite querida.
No lugar afinal,
Ponha a cabeça sobre o cobertor.
quarta-feira, março 28, 2007
UM NOVO CICLO DE RIQUEZAS
Oscar Quiroga
Data estelar: Mercúrio e Urano em conjunção no signo de Peixes, Lua cresce em Leão.
Enquanto isso, aqui na nave Terra um novo ciclo de riquezas materiais e espirituais anda se decidindo em tempo curto, resultando disso uma sensação de urgência que informa as almas humanas de não ser propício continuar perdendo tempo em tolices, preocupações ou aspectos periféricos.
O assunto agora é participar ativamente da decisão, pois o ciclo de riquezas significará prosperidade ou miséria, dependendo do objetivo e do método assumido para conquistá-lo. Por isso, aqui vai a dica, o método da competição desenfreada tem produzido, ao longo da história, desgraça e miséria, e agora se coloca à disposição de nossa humanidade a idéia de usar outro método, o da colaboração mútua, só que ainda ninguém sabe como fazer para aproveitar esse caminho.
em 28 de março de 2007
Data estelar: Mercúrio e Urano em conjunção no signo de Peixes, Lua cresce em Leão.
Enquanto isso, aqui na nave Terra um novo ciclo de riquezas materiais e espirituais anda se decidindo em tempo curto, resultando disso uma sensação de urgência que informa as almas humanas de não ser propício continuar perdendo tempo em tolices, preocupações ou aspectos periféricos.
O assunto agora é participar ativamente da decisão, pois o ciclo de riquezas significará prosperidade ou miséria, dependendo do objetivo e do método assumido para conquistá-lo. Por isso, aqui vai a dica, o método da competição desenfreada tem produzido, ao longo da história, desgraça e miséria, e agora se coloca à disposição de nossa humanidade a idéia de usar outro método, o da colaboração mútua, só que ainda ninguém sabe como fazer para aproveitar esse caminho.
em 28 de março de 2007
sábado, março 24, 2007
RE-SEIOS
Célia Demézio
Em cima da mesa ponho.
Debaixo da mesa guardo.
Limpo o pó de todo brilho.
Escolho o feijão que vou plantar olhando a noite germinar.
Ligo o ventilador e saio voando.
Passo férias de duas horas em Paquetá.
Então me lembro que esqueci a chave.
Volto mexendo os dedinhos como fossem nadadeiras no ar.
É hora de trabalhar!
Um prato apoiado no livro.
Sedas vazias.
Palitos apagados.
Um nó no fio da televisão.
Reviro gavetas atrás de sutiãs.
Procuro inspiração.
Em cima da mesa ponho.
Debaixo da mesa guardo.
Limpo o pó de todo brilho.
Escolho o feijão que vou plantar olhando a noite germinar.
Ligo o ventilador e saio voando.
Passo férias de duas horas em Paquetá.
Então me lembro que esqueci a chave.
Volto mexendo os dedinhos como fossem nadadeiras no ar.
É hora de trabalhar!
Um prato apoiado no livro.
Sedas vazias.
Palitos apagados.
Um nó no fio da televisão.
Reviro gavetas atrás de sutiãs.
Procuro inspiração.
MÚSICA
Eduardo Sterzi
a musa voluptuosa
pede passagem
e lhe damos –
prosa:
qualquer imagem
vale mais
que a floração sentimental de uma
rosa:
gás lacrimogêneo,
luto, melancolia,
estrofe,
catástrofe,catarse:
deposita-se, linear
(limpa e suja como um verso)
pela praia pedregosa da palavra
- esta espuma.
(Do livro “Prosa”, publicado em 2001. Porto Alegre, Instituto Estadual do Livro.)
a musa voluptuosa
pede passagem
e lhe damos –
prosa:
qualquer imagem
vale mais
que a floração sentimental de uma
rosa:
gás lacrimogêneo,
luto, melancolia,
estrofe,
catástrofe,catarse:
deposita-se, linear
(limpa e suja como um verso)
pela praia pedregosa da palavra
- esta espuma.
(Do livro “Prosa”, publicado em 2001. Porto Alegre, Instituto Estadual do Livro.)
quinta-feira, março 22, 2007
COMO É POR DENTRO...
Fernando Pessoa
Como é por dentro outra pessoa
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento.
Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,São gestos, são palavras,
Com a suposição de qualquer semelhança
No fundo.
(1934)
Como é por dentro outra pessoa
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento.
Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,São gestos, são palavras,
Com a suposição de qualquer semelhança
No fundo.
(1934)
NÃO ENTENDO
Clarisse Lispector
Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender.
Entender é sempre limitado.
Mas não entender pode não ter fronteiras.
Sinto que sou muito mais completa quando não entendo.
Não entender, do modo como falo, é um dom.
Não entender, mas não como um simples de espírito.
O bom é ser inteligente e não entender.
É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida.
É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice.
Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco.
Não demais: mas pelo menos entender que não entendo.
Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender.
Entender é sempre limitado.
Mas não entender pode não ter fronteiras.
Sinto que sou muito mais completa quando não entendo.
Não entender, do modo como falo, é um dom.
Não entender, mas não como um simples de espírito.
O bom é ser inteligente e não entender.
É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida.
É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice.
Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco.
Não demais: mas pelo menos entender que não entendo.
segunda-feira, março 19, 2007
Sobre um certo Mário Quintana
Nasci em Alegrete, em 30 de julho de 1906. Creio que foi a principal coisa que me aconteceu. E agora pedem-me que fale sobre mim mesmo. Bem! eu sempre achei que toda confissão não transfigurada pela arte é indecente. Minha vida está nos meus poemas, meus poemas são eu mesmo, nunca escrevi uma vírgula que não fosse uma confissão. Ah! mas o que querem são detalhes, cruezas, fofocas... Aí vai! Estou com 78 anos, mas sem idade. Idades só há duas: ou se está vivo ou morto. Neste último caso é idade demais, pois foi-nos prometida a Eternidade. Nasci no rigor do inverno, temperatura: 1grau; e ainda por cima prematuramente, o que me deixava meio complexado, pois achava que não estava pronto. Até que um dia descobri que alguém tão completo como Winston Churchill nascera prematuro - o mesmo tendo acontecido a sir Isaac Newton! Excusez du peu... Prefiro citar a opinião dos outros sobre mim. Dizem que sou modesto. Pelo contrário, sou tão orgulhoso que acho que nunca escrevi algo à minha altura. Porque poesia é insatisfação, um anseio de auto-superação. Um poeta satisfeito não satisfaz. Dizem que sou tímido. Nada disso! sou é caladão, introspectivo. Não sei porque sujeitam os introvertidos a tratamentos. Só por não poderem ser chatos como os outros?
Exatamente por execrar a chatice, a longuidão, é que eu adoro a síntese. Outro elemento da poesia é a busca da forma (não da fôrma), a dosagem das palavras. Talvez concorra para esse meu cuidado o fato de ter sido prático de farmácia durante cinco anos. Note-se que é o mesmo caso de Carlos Drummond de Andrade, de Alberto de Oliveira, de Érico Veríssimo - que bem sabem (ou souberam) o que é a luta amorosa com as palavras.
O texto acima foi escrito pelo poeta para a revista Isto É de 14/11/1984.
Mário Quintana faleceu no dia 05/05/94.
Exatamente por execrar a chatice, a longuidão, é que eu adoro a síntese. Outro elemento da poesia é a busca da forma (não da fôrma), a dosagem das palavras. Talvez concorra para esse meu cuidado o fato de ter sido prático de farmácia durante cinco anos. Note-se que é o mesmo caso de Carlos Drummond de Andrade, de Alberto de Oliveira, de Érico Veríssimo - que bem sabem (ou souberam) o que é a luta amorosa com as palavras.
O texto acima foi escrito pelo poeta para a revista Isto É de 14/11/1984.
Mário Quintana faleceu no dia 05/05/94.
A CARTA
Mário Quintana
Hoje encontrei dentro de um livro uma velha carta amarelecida,
Rasguei-a sem procurar ao menos saber de quem seria...
Eu tenho um medo
Horrível
A essas marés montantes do passado,
Com suas quilhas afundadas, com
Meus sucessivos cadáveres amarrados aos mastros e gáveas...
Ai de mim,
Ai de ti, ó velho mar profundo,
Eu venho sempre à tona de todos os naufrágios!
(foto: arquivo Google, sem referência autor)
Hoje encontrei dentro de um livro uma velha carta amarelecida,
Rasguei-a sem procurar ao menos saber de quem seria...
Eu tenho um medo
Horrível
A essas marés montantes do passado,
Com suas quilhas afundadas, com
Meus sucessivos cadáveres amarrados aos mastros e gáveas...
Ai de mim,
Ai de ti, ó velho mar profundo,
Eu venho sempre à tona de todos os naufrágios!
(foto: arquivo Google, sem referência autor)
domingo, março 18, 2007
DIÁRIO DE BORDO
(ilustração: arquivo Google sem referência autor)
Oscar Quiroga
EM NOME DA EVOLUÇÃO
Oscar Quiroga
Data estelar: Mercúrio ingressa no signo de Peixes, e a Lua atinge sua fase nova nesse mesmo signo.
Enquanto isso, aqui na nave Terra, a partir de agora, e em nome da urgente contribuição que nossa humanidade deve prestar ao processo evolutivo do qual é parte integrante, cada dia há de tornar-se motivo para roubar um minuto daqueles que normalmente seriam displicentemente dedicados às preocupações. Esse minuto roubado diariamente há de ser consagrado ao esclarecimento, à elevação espiritual, pois de pouco em pouco nossa humanidade precisa contribuir ativamente para fechar a porta cósmica onde o Mal entra livremente, invadindo a sociedade humana com miséria.
Nossa humanidade é parte integrante e agente ativa desse mal, contribuindo com pensamentos nefastos, todos consagrados a deprimir-se e amargar-se. Esse panorama pode, e deve mudar, o quanto antes.
18 de março de 2007
http://www.astrologiareal.com.br/
SOBRE CAFÉS E CIGARROS
Fernando de Castro
Prometi não falar mais de cigarro. Pega mal. Parece apologia. Também já prometi tentar parar de fumar. Ainda nem tentei. É sabido que o cigarro é o pior de todos os vícios. Falar de cigarros talvez seja o segundo pior, hoje em dia. É difícil soprar a fumaça a seco, fuzilado por olhares saudáveis, sem poder contra-argumentar com qualquer coisa positiva. O cigarro fede às narinas evoluídas, e não adianta forjar considerações que ressaltem a noção de aroma. Não existe safra de tabaco. Ninguém pede um maço de Marlboro vermelho ano 63. A fumaça escurece pulmões alheios. Somos assassinos de nós mesmos e de uma legião de futuros triatletas. O estado de acuamento é quase justo e reforça a impressão de que não duraremos muito tempo. Todo cigarro tem sabor de último cigarro. Nosso destino é a extinção, assim como aconteceu com o Minister Extra Mild e a ética petista.
Comecei a fumar em 1996. Foi um ano e tanto para o Brasil. O frango virou herói nacional. FH nos chamou de caipiras. Morreram Renato, Russo, Mamonas Assassinas e PC Farias. Maluf elegeu Celso Pitta prefeito de São Paulo. Em Ipanema, a moda eram os apitos nas rodas em que se fumava maconha, para avisar que a polícia se aproximava. Não me lembro do meu primeiro cigarro, mas sei que não foi em Ipanema e que ainda não se fazia necessário usar um apito antes de acendê-lo. Não era caso de polícia.
O início dos anos 2000 pareceu uma época extremamente promissora para os novos tabagistas. Mal sabíamos que era o apagar das guimbas. Na Alemanha, fumava-se até em supermercado. Em Barcelona, em bares como o delicioso Oveja Negra, provocava-se: “Aceitam-se não-fumantes”, dizia a placa, numa versão bem mais politicamente incorreta do que a dos cafés portugueses da Ribeira, no Porto, onde as placas acusavam a proibição de se estudar no local. Foram nossos anos JK. Devíamos ter previsto que a dívida que nos esperava seria praticamente impossível de pagar.
Certa vez o Zuenir, com toda a sua elegância, ao me ver acendendo um cigarro, sugeriu que eu fazia besteira. O Zuenir sabe das coisas. Tentei ser espirituoso, que é a forma mais honrada de se falar asneiras e justificar fraquezas. Disse que apostava na medicina. No fundo, fazia um bem para a sociedade. A ciência precisava de tipos como eu. Só assim alcançaríamos a cura para as doenças potencializadas pelo consumo do cigarro. Não pretendia uma placa ou estátua quando esse dia chegasse. Nada de monumentos em homenagem ao fumante desconhecido. Tragava pelo bem da humanidade. Eu era assim, um abnegado. Zuenir riu. O Zuenir é um ex-fumante elegante.
O golpe definitivo contra nossa espécie foi essa lei que proíbe o consumo de cigarros em cafés, bares, restaurantes, farmácias ou qualquer outro estabelecimento que venda produtos de necessidade fundamental ao ser humano, como café, chope, bife à milanesa e desodorante. Foi o primeiro passo rumo a nossa anti-sociabilidade definitiva. Nosso prazer hoje está nos pequenos momentos. Aqueles em que nos vemos autorizados a desviar da lei, com a conivência indireta dos nossos inimigos – ou seja, os não-fumantes inveterados, a espécie que mais cresce no Brasil.
Meu único grande momento se deu há algumas semanas. Teve como palco um dos melhores cafés-restaurantes-livrarias da Zona Sul, cujo rigor da lei se faz enxergar nas diversas placas espalhadas por todas as suas dependências. Já recusava o endereço há algum tempo, pelo óbvio motivo de que não se podia mais fumar ali. Até que certa noite eu encontrei o Antônio Torres na porta. Chamou-me para um café, ao que fiz menção de recusar, mas o bom senso me avisou que um café com o Torres seria agradável até sem as necessárias doses de nicotina que o líquido exige.
Casa lotada, mesa central, o Torres não tardou dois minutos para acender um cigarro. Esperei pela reação dos outros clientes, convicto de que as primeiras queixas não demorariam. Mal sabia eu do prestígio do grande escritor. Sempre que alguém acusava o gesto de irritação, espiava a origem daquela fumaça e, permissivo com o vício do autor de Meu querido canibal, recolhia-se ao seu prato, numa das maiores manifestações de respeito que já vi um não-fumante praticar. Foi lindo. Fui de carona, no prestígio do Torres. Fumamos à beça, feito dois Cunhambebes entre tantos colonizadores. E, contrariando toda história recém-escrita, saímos de lá como vencedores.
(Artigo publicado no Jornal do Brasil, em 18 de julho de 2006
Prometi não falar mais de cigarro. Pega mal. Parece apologia. Também já prometi tentar parar de fumar. Ainda nem tentei. É sabido que o cigarro é o pior de todos os vícios. Falar de cigarros talvez seja o segundo pior, hoje em dia. É difícil soprar a fumaça a seco, fuzilado por olhares saudáveis, sem poder contra-argumentar com qualquer coisa positiva. O cigarro fede às narinas evoluídas, e não adianta forjar considerações que ressaltem a noção de aroma. Não existe safra de tabaco. Ninguém pede um maço de Marlboro vermelho ano 63. A fumaça escurece pulmões alheios. Somos assassinos de nós mesmos e de uma legião de futuros triatletas. O estado de acuamento é quase justo e reforça a impressão de que não duraremos muito tempo. Todo cigarro tem sabor de último cigarro. Nosso destino é a extinção, assim como aconteceu com o Minister Extra Mild e a ética petista.
Comecei a fumar em 1996. Foi um ano e tanto para o Brasil. O frango virou herói nacional. FH nos chamou de caipiras. Morreram Renato, Russo, Mamonas Assassinas e PC Farias. Maluf elegeu Celso Pitta prefeito de São Paulo. Em Ipanema, a moda eram os apitos nas rodas em que se fumava maconha, para avisar que a polícia se aproximava. Não me lembro do meu primeiro cigarro, mas sei que não foi em Ipanema e que ainda não se fazia necessário usar um apito antes de acendê-lo. Não era caso de polícia.
O início dos anos 2000 pareceu uma época extremamente promissora para os novos tabagistas. Mal sabíamos que era o apagar das guimbas. Na Alemanha, fumava-se até em supermercado. Em Barcelona, em bares como o delicioso Oveja Negra, provocava-se: “Aceitam-se não-fumantes”, dizia a placa, numa versão bem mais politicamente incorreta do que a dos cafés portugueses da Ribeira, no Porto, onde as placas acusavam a proibição de se estudar no local. Foram nossos anos JK. Devíamos ter previsto que a dívida que nos esperava seria praticamente impossível de pagar.
Certa vez o Zuenir, com toda a sua elegância, ao me ver acendendo um cigarro, sugeriu que eu fazia besteira. O Zuenir sabe das coisas. Tentei ser espirituoso, que é a forma mais honrada de se falar asneiras e justificar fraquezas. Disse que apostava na medicina. No fundo, fazia um bem para a sociedade. A ciência precisava de tipos como eu. Só assim alcançaríamos a cura para as doenças potencializadas pelo consumo do cigarro. Não pretendia uma placa ou estátua quando esse dia chegasse. Nada de monumentos em homenagem ao fumante desconhecido. Tragava pelo bem da humanidade. Eu era assim, um abnegado. Zuenir riu. O Zuenir é um ex-fumante elegante.
O golpe definitivo contra nossa espécie foi essa lei que proíbe o consumo de cigarros em cafés, bares, restaurantes, farmácias ou qualquer outro estabelecimento que venda produtos de necessidade fundamental ao ser humano, como café, chope, bife à milanesa e desodorante. Foi o primeiro passo rumo a nossa anti-sociabilidade definitiva. Nosso prazer hoje está nos pequenos momentos. Aqueles em que nos vemos autorizados a desviar da lei, com a conivência indireta dos nossos inimigos – ou seja, os não-fumantes inveterados, a espécie que mais cresce no Brasil.
Meu único grande momento se deu há algumas semanas. Teve como palco um dos melhores cafés-restaurantes-livrarias da Zona Sul, cujo rigor da lei se faz enxergar nas diversas placas espalhadas por todas as suas dependências. Já recusava o endereço há algum tempo, pelo óbvio motivo de que não se podia mais fumar ali. Até que certa noite eu encontrei o Antônio Torres na porta. Chamou-me para um café, ao que fiz menção de recusar, mas o bom senso me avisou que um café com o Torres seria agradável até sem as necessárias doses de nicotina que o líquido exige.
Casa lotada, mesa central, o Torres não tardou dois minutos para acender um cigarro. Esperei pela reação dos outros clientes, convicto de que as primeiras queixas não demorariam. Mal sabia eu do prestígio do grande escritor. Sempre que alguém acusava o gesto de irritação, espiava a origem daquela fumaça e, permissivo com o vício do autor de Meu querido canibal, recolhia-se ao seu prato, numa das maiores manifestações de respeito que já vi um não-fumante praticar. Foi lindo. Fui de carona, no prestígio do Torres. Fumamos à beça, feito dois Cunhambebes entre tantos colonizadores. E, contrariando toda história recém-escrita, saímos de lá como vencedores.
(Artigo publicado no Jornal do Brasil, em 18 de julho de 2006
foto: www.diamang.com/diamang/Lunda/povo/ocupacoes/...)
sábado, março 17, 2007
SINAIS
letra e música: Cláudia Éfe
Baque solto na noite
Pulsamos na mesma cidade
De um lado, é claro
Do outro, é só futuro
Triste festa na aldeia
Meninos passeiam nus
Nossas caras lavadas a lua presenciou
Gemidos nos seus porões
para sempre
incêndio no meu país
Ferida aberta é a fome
saindo dos seus sinais
rumo à fronteira da nossa indiferença
Sonharão com dias melhores?
Futuro que nunca amanhece
eterno dia seguinte
sangrando a nossa arte
Poema concreto absurdo
Vanguarda em cima dos muros
para sempre
Baque solto na noite
Pulsamos na mesma cidade
De um lado, é claro
Do outro, é só futuro
Triste festa na aldeia
Meninos passeiam nus
Nossas caras lavadas a lua presenciou
Gemidos nos seus porões
para sempre
incêndio no meu país
Ferida aberta é a fome
saindo dos seus sinais
rumo à fronteira da nossa indiferença
Sonharão com dias melhores?
Futuro que nunca amanhece
eterno dia seguinte
sangrando a nossa arte
Poema concreto absurdo
Vanguarda em cima dos muros
para sempre
quarta-feira, março 14, 2007
LIVRE PARA FRACASSAR...
Hilda Hilst
O escritor e seus múltiplos vem vos dizer adeus.
Tentou na palavra o extremo-tudo
E esboçou-se santo, prostituto e corifeu.
A infância
Foi velada: obscura na teia da poesia e da loucura.
A juventude apenas uma lauda de lascívia, de frêmito
Tempo-Nada na página.
Depois, transgressor metalescente de percursos
Colou-se à compaixão, abismos e à sua própria sombra.
Poupem-no o desperdício de explicar o ato de brincar.
A dádiva de antes (a obra) excedeu-se no luxo.
O Caderno Rosa é apenas resíduo de um "Potlatch".
E hoje, repetindo Bataille:
"Sinto-me livre para fracassar".
O escritor e seus múltiplos vem vos dizer adeus.
Tentou na palavra o extremo-tudo
E esboçou-se santo, prostituto e corifeu.
A infância
Foi velada: obscura na teia da poesia e da loucura.
A juventude apenas uma lauda de lascívia, de frêmito
Tempo-Nada na página.
Depois, transgressor metalescente de percursos
Colou-se à compaixão, abismos e à sua própria sombra.
Poupem-no o desperdício de explicar o ato de brincar.
A dádiva de antes (a obra) excedeu-se no luxo.
O Caderno Rosa é apenas resíduo de um "Potlatch".
E hoje, repetindo Bataille:
"Sinto-me livre para fracassar".
terça-feira, março 13, 2007
DESEJOS
Naomi Conte
Um dia ela ainda
se solta
perde os brios
a pose
o medo
e nesse dia
há de me deixar à deriva
Um dia ela ainda
se solta
perde os brios
a pose
o medo
e nesse dia
há de me deixar à deriva
domingo, março 11, 2007
Não te rendas jamais
Eduardo Alves da Costa
Procura acrescentar um côvado à tua altura.
Que o mundo está à míngua de valores
e um homem de estatura justifica a existência
de um milhão de pigmeus a navegar na rota previsível
entre a impostura e a mesquinhez dos filisteus.
Ergue-te desse oceano que dócil se derrama sobre a areia
e busca as profundezas, o tumulto do sangue a irromper na veia
contra os diques do cinismo e os rochedos de torpezas
que as nações antepõem a seus rebeldes.
Não te rendas jamais, nunca te entregues,
foge das redes, expande teu destino.
E caso fiques tão só que nem mesmo um cão venha te lamber a mão,
atira-te contra as escarpas de tua angústia e explode em grito, em raiva, em pranto.
Porque desse teu gesto há de nascer o Espanto.
Procura acrescentar um côvado à tua altura.
Que o mundo está à míngua de valores
e um homem de estatura justifica a existência
de um milhão de pigmeus a navegar na rota previsível
entre a impostura e a mesquinhez dos filisteus.
Ergue-te desse oceano que dócil se derrama sobre a areia
e busca as profundezas, o tumulto do sangue a irromper na veia
contra os diques do cinismo e os rochedos de torpezas
que as nações antepõem a seus rebeldes.
Não te rendas jamais, nunca te entregues,
foge das redes, expande teu destino.
E caso fiques tão só que nem mesmo um cão venha te lamber a mão,
atira-te contra as escarpas de tua angústia e explode em grito, em raiva, em pranto.
Porque desse teu gesto há de nascer o Espanto.
Sobre um certo poema no caminho...
O poeta Eduardo Alves da Costa garante que Maiakóvski nada tem a ver com o tema, assim noticia a Folha de São Paulo, edição de 20.9.2003, na íntegra:
"Um Maiakóvski no caminho"
Foi resolvida graças à novela das oito uma confusão de 30 anos. Escrito nos anos 60 pelo poeta fluminense Eduardo Alves da Costa, 67, o poema "No Caminho, com Maiakóvski" era (quase) sempre creditado ao russo Vladimir Maiakóvski (1893-1930).Em "Mulheres Apaixonadas", Helena (Christiane Torloni) leu um trecho do poema, dando o crédito correto. Foi o suficiente para reavivar a polêmica -resolvida dois capítulos depois, em que a autoria de Costa foi reafirmada- e, de quebra, fazer surgir uma proposta de reeditar o poema, para aproveitar a exposição no horário nobre.Livro combinado, a noite de autógrafos será na novela. "Pedi que apresse e me mande até o dia 10. Quero lançar aqui", diz Manoel Carlos, autor de "Mulheres". Eduardo Alves da Costa falou à coluna:Folha - Você se arrepende de ter posto Maiakóvski no título?Eduardo Alves da Costa - De maneira nenhuma! Tanto que vou usar o mesmo título para o livro que sai agora.Folha - Durante mais de 30 anos acreditaram que o poema era dele. Isso não o incomoda?Costa - Era uma enxurrada muito grande. Saiu em jornais com crédito para Maiakóvski. Fizeram até camisetas na época das Diretas-Já. Virou símbolo da luta contra o regime militar.Folha - Como surgiu o engano?Costa -O poema saiu em jornais universitários, nos anos 70. O psicanalista Roberto Freire incluiu em um livro dele e deu crédito ao russo e me colocou como tradutor. Mas já encomendei da França a obra completa do Maiakóvski. Quando alguém me questionar, entrego os cinco volumes e mando achar o poema lá.
"Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem: pisam as flores, matam nosso cão, e não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e, conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta. E já não podemos dizer nada"
Trecho do poema de Eduardo Alves da Costa atribuído ao russo Vladimir Maiakóvski.
Leia agora o poema inteiro
NO CAMINHO COM MAIAKÓVSKI
Assim como a criança
humildemente afaga
a imagem do herói,
assim me aproximo de ti,
Maiakóvski.
Não importa o que me possa acontecer
por andar ombro a ombro
com um poeta soviético.
Lendo teus versos,aprendi a ter coragem.
Tu sabes,conheces melhor do que eu
a velha história.
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na Segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,matam nosso cão,e não dizemos nada.
Até que um dia,o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
Nos dias que correm
a ninguém é dado
repousar a cabeça
alheia ao terror.
Os humildes baixam a cerviz;
e nós, que não temos pacto algum
com os senhores do mundo,
por temor nos calamos.
No silêncio de meu quarto
a ousadia me afogueia as faces
e eu fantasio um levante;
mas amanhã,diante do juiz,
talvez meus lábios
calem a verdade
como um foco de germes
capaz de me destruir.
Olho ao redor
e o que vejo
e acabo por repetir
são mentiras.
Mal sabe a criança dizer mãe
e a propaganda lhe destrói a consciência.
A mim, quase me arrastam
pela gola do paletó
à porta do templo
e me pedem que aguarde
até que a Democracia
se digne a aparecer no balcão.
Mas eu sei,porque não estou amedrontado
a ponto de cegar,
que ela tem uma espada
a lhe espetar as costelas
e o riso que nos mostra
é uma tênue cortinal
ançada sobre os arsenais.
Vamos ao campo
e não os vemos ao nosso lado,no plantio.
Mas ao tempo da colheitalá estão
e acabam por nos roubar
até o último grão de trigo.
Dizem-nos que de nós emana o poder
mas sempre o temos contra nós.
Dizem-nos que é preciso
defender nossos laresmas se nos rebelamos contra a opressão
é sobre nós que marcham os soldados.
E por temor eu me calo,
por temor aceito a condiçãode falso democrata
e rotulo meus gestos
com a palavra liberdade,
procurando, num sorriso,esconder minha dor
diante de meus superiores.
Mas dentro de mim,
com a potência de um milhão de vozes,o coração grita - MENTIRA!
sábado, março 10, 2007
insanidades
sábado, março 03, 2007
REFERENDO EM PORTUGAL
DESPENALIZAÇÃO DO ABORTO EM PORTUGAL: A CONFIANÇA NA DECISÃO DAS MULHERES
(Texto enviado pelas Historiadoras
Alcilene Cavalcanti e Gabriela Azevedo)
A sociedade portuguesa, no último 11 de fevereiro, deu um basta ao obscurantismo e aos grupos fundamentalistas e conservadores que se opunham ao livre exercício da cidadania e aos direitos individuais, por conseguinte opunham-se à democracia. Mulheres e homens de Portugal votaram Sim pela despenalização da interrupção voluntária da gravidez, por opção da mulher, até a 10ª semana, em estabelecimento regulamentado pelo Estado. Aproximadamente 59% dos/as votantes expressaram a confiança na capacidade que as mulheres têm de tomar decisão com base na ética e na moral.
Católicas pelo Direito de Decidir colaborou com essa conquista para a Democracia, logo, para os Direitos Humanos das Mulheres, apresentando, juntamente com católicos/as mandatários/as de diferentes movimentos pelo Sim, em oito cidades portuguesas (Angra do Heroísmo, Ponta Delgada – Açores –, Serpa, Porto, Braga, Viseu, Coimbra e Lisboa), argumentos que servissem de subsídios para crentes e não crentes – para usar expressão muito pronunciada em Portugal – votarem a favor de as mulheres terem o direito de decisão e, com isto, de não serem penalizadas e humilhadas.
Quando uma mulher decide abortar – seja por qual motivo for – ela analisa suas próprias condições de vida e o que poderia ofertar para uma futura criança. Trata-se de um gesto de grande responsabilidade e de difícil decisão, no qual a mulher faz uso de sua consciência. Ao contrário, pressupor algo diferente disto, implicaria considerar as mulheres irresponsáveis, insanas e desvairadas. Infelizmente, essa visão sobre as mulheres ainda é presente em certos segmentos sociais que defendem a criminalização do aborto, ignorando os desdobramentos do aborto inseguro para a saúde da mulher e manifestando descaso para com a maternidade e a paternidade responsáveis – ao menos foi o que se ouviu em diferentes pronunciamentos daqueles que fizeram campanha pelo Não, em Portugal, e que encontram equivalência também no Brasil.
A propósito, foi espantoso acompanhar a manipulação de informações empreendida pelos mandatários que defendiam o voto Não: aquelas pessoas alegavam a defesa incondicional da vida – mas defendiam apenas o embrião –; criaram a maior confusão acerca da idade fetal, como se não houvesse diferença alguma entre as denominações embrião, feto, criança, filho; médicos/as pesquisadores/as apresentaram ultrassonografias de gravidezes de 20 semanas como se fossem imagens de 10 semanas; apresentaram ecografias e audios de batimentos cardíacos referentes a idade fetal de 18 semanas ou mais como sendo relativos a 10 semanas; os conteúdos de cartazes, panfletos e outdoors eram absolutamente apelativos, o que procurava inviabilizar diálogos com base na razão.
Além disso, tais grupos argumentavam que a alteração da lei geraria aumento da demanda de mulheres para abortar e isto acarretaria a implosão da rede de saúde, tornando necessário aumentar os impostos dos contribuintes para se arcar com os custos desse tipo de serviço. Ora, primeiro, ignoraram que toda política social, principalmente, que implica redução de danos, tem uma demanda maior em um primeiro momento; segundo, suscitaram que as mulheres são irresponsáveis; terceiro, desconsideraram o custo que o Estado já tem devido ao aborto clandestino: afinal, centenas de mulheres são internadas anualmente, em hospitais portugueses, por complicações de abortos inseguros.
Mas, apesar dessa tentativa de criar confusão, os portugueses e as portuguesas não se deixaram manipular: votaram Sim pela despenalização da interrupção voluntária da gravidez, por opção da mulher, até a 10ª semana – configurando uma diferença de quase 20% a mais dos votos em relação ao Não.
Há ainda três aspectos a sublinhar: o primeiro, refere-se ao fato de que a população de Portugal (11 milhões de habitantes) é menor do que a da capital de São Paulo, não sendo o voto obrigatório sequer nas eleições para parlamentares; em segundo lugar, a sociedade civil portuguesa envolveu-se diretamente no referendo, expondo-se publicamente por meio de agrupamentos específicos que envolviam médicos; parlamentares de diferentes partidos; religiosos; operadores do direito; professores; jovens; artistas; intelectuais; mídias, organizações sociais; enfim, homens e mulheres.
O último aspecto. O referendo foi a saída que o governo português encontrou para superar os entraves dos segmentos sociais que não se dispunham a compreender a relação entre direitos reprodutivos e democracia, bem como guardavam uma visão bastante estereotipada sobre as mulheres. Contudo, interromper ou não uma gravidez, além de ser algo de foro íntimo, o que deve ser resguardado, no máximo regulamentado em regimes democráticos, consiste em direitos reprodutivos que, como tais, não configuram matéria de referendo ou plebiscito. Acrescente-se, ainda, que a criminalização do aborto não reduz a prática, ao contrário, transforma a matéria em problema de saúde pública.
Desse modo, enfrentar honestamente a problemática do aborto – presente em diferentes sociedades – exige, em nosso caso, não um referendo ou um plebiscito, mas que nossos/as parlamentares descriminalizem o aborto e regulamentem sua prática e, assim, alinhe o Brasil aos demais países democráticos.
Católicas pelo Direito de Decidir colaborou com essa conquista para a Democracia, logo, para os Direitos Humanos das Mulheres, apresentando, juntamente com católicos/as mandatários/as de diferentes movimentos pelo Sim, em oito cidades portuguesas (Angra do Heroísmo, Ponta Delgada – Açores –, Serpa, Porto, Braga, Viseu, Coimbra e Lisboa), argumentos que servissem de subsídios para crentes e não crentes – para usar expressão muito pronunciada em Portugal – votarem a favor de as mulheres terem o direito de decisão e, com isto, de não serem penalizadas e humilhadas.
Quando uma mulher decide abortar – seja por qual motivo for – ela analisa suas próprias condições de vida e o que poderia ofertar para uma futura criança. Trata-se de um gesto de grande responsabilidade e de difícil decisão, no qual a mulher faz uso de sua consciência. Ao contrário, pressupor algo diferente disto, implicaria considerar as mulheres irresponsáveis, insanas e desvairadas. Infelizmente, essa visão sobre as mulheres ainda é presente em certos segmentos sociais que defendem a criminalização do aborto, ignorando os desdobramentos do aborto inseguro para a saúde da mulher e manifestando descaso para com a maternidade e a paternidade responsáveis – ao menos foi o que se ouviu em diferentes pronunciamentos daqueles que fizeram campanha pelo Não, em Portugal, e que encontram equivalência também no Brasil.
A propósito, foi espantoso acompanhar a manipulação de informações empreendida pelos mandatários que defendiam o voto Não: aquelas pessoas alegavam a defesa incondicional da vida – mas defendiam apenas o embrião –; criaram a maior confusão acerca da idade fetal, como se não houvesse diferença alguma entre as denominações embrião, feto, criança, filho; médicos/as pesquisadores/as apresentaram ultrassonografias de gravidezes de 20 semanas como se fossem imagens de 10 semanas; apresentaram ecografias e audios de batimentos cardíacos referentes a idade fetal de 18 semanas ou mais como sendo relativos a 10 semanas; os conteúdos de cartazes, panfletos e outdoors eram absolutamente apelativos, o que procurava inviabilizar diálogos com base na razão.
Além disso, tais grupos argumentavam que a alteração da lei geraria aumento da demanda de mulheres para abortar e isto acarretaria a implosão da rede de saúde, tornando necessário aumentar os impostos dos contribuintes para se arcar com os custos desse tipo de serviço. Ora, primeiro, ignoraram que toda política social, principalmente, que implica redução de danos, tem uma demanda maior em um primeiro momento; segundo, suscitaram que as mulheres são irresponsáveis; terceiro, desconsideraram o custo que o Estado já tem devido ao aborto clandestino: afinal, centenas de mulheres são internadas anualmente, em hospitais portugueses, por complicações de abortos inseguros.
Mas, apesar dessa tentativa de criar confusão, os portugueses e as portuguesas não se deixaram manipular: votaram Sim pela despenalização da interrupção voluntária da gravidez, por opção da mulher, até a 10ª semana – configurando uma diferença de quase 20% a mais dos votos em relação ao Não.
Há ainda três aspectos a sublinhar: o primeiro, refere-se ao fato de que a população de Portugal (11 milhões de habitantes) é menor do que a da capital de São Paulo, não sendo o voto obrigatório sequer nas eleições para parlamentares; em segundo lugar, a sociedade civil portuguesa envolveu-se diretamente no referendo, expondo-se publicamente por meio de agrupamentos específicos que envolviam médicos; parlamentares de diferentes partidos; religiosos; operadores do direito; professores; jovens; artistas; intelectuais; mídias, organizações sociais; enfim, homens e mulheres.
O último aspecto. O referendo foi a saída que o governo português encontrou para superar os entraves dos segmentos sociais que não se dispunham a compreender a relação entre direitos reprodutivos e democracia, bem como guardavam uma visão bastante estereotipada sobre as mulheres. Contudo, interromper ou não uma gravidez, além de ser algo de foro íntimo, o que deve ser resguardado, no máximo regulamentado em regimes democráticos, consiste em direitos reprodutivos que, como tais, não configuram matéria de referendo ou plebiscito. Acrescente-se, ainda, que a criminalização do aborto não reduz a prática, ao contrário, transforma a matéria em problema de saúde pública.
Desse modo, enfrentar honestamente a problemática do aborto – presente em diferentes sociedades – exige, em nosso caso, não um referendo ou um plebiscito, mas que nossos/as parlamentares descriminalizem o aborto e regulamentem sua prática e, assim, alinhe o Brasil aos demais países democráticos.
segunda-feira, fevereiro 26, 2007
Amigos, o poeta Zeca de Magalhães remanescente do movimento URBANA e também um dos fortes nomes da poesia marginal, faleceu no dia 24 de fevereiro.
Ele foi vítima de uma queda acidental e sofreu traumatismo craniano.
Nossa saudade e homenagem ao Amigo e Poeta
paixões
não são
inflamáveis
quando duram,
infláveis
quando
muito
palpáveis
quando
nada
um pouco
é tudo.
(Zeca de Magalhães)
poema extraído do livro do autor"O NOME DO VENTO"Edição de 1998
Ele foi vítima de uma queda acidental e sofreu traumatismo craniano.
Nossa saudade e homenagem ao Amigo e Poeta
paixões
não são
inflamáveis
quando duram,
infláveis
quando
muito
palpáveis
quando
nada
um pouco
é tudo.
(Zeca de Magalhães)
poema extraído do livro do autor"O NOME DO VENTO"Edição de 1998
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